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Trabalhadores da Última Hora

Em nossa reunião pública de hoje teremos a grata presença de nosso irmão Moisés de Cristalina-GO, terra da 53ª CONCAFRAS em 2009, abordando o tema acima citado, e como foi acertado em uma reunião do instituto da Divulgação, sempre traremos em nosso blog um comentário sobre o tema de cada terça-feira.

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A parábola dos trabalhadores da última hora é daquelas que se constituem num verdadeiro desafio para o bom senso humano, porque mexe exatamente com nossos preconceitos e com nosso juízo de valor em relação à justiça.

De fato, já sabemos que nossa idéia de justiça ainda é injusta, sobretudo essa que predomina no íntimo de cada um. E também sabemos que os preconceitos tem grande força nos nossos posicionamentos íntimos, mesmo que não queiramos admitir isso.

Jesus desafia nossas posições preconcebidas em relação ao que seja justo, quando conta essa parábola, na qual confronta a rotina das regras e normas com o bom senso, num exercício de livre arbítrio flexibilizado por uma alta noção de justiça.

O tradicional, o já normatizado fica de lado, quando o dono das terras combina o mesmo pagamento para quem começou a trabalhar cedo e para quem só o fez na última hora da jornada de trabalho diário.

Como? Mas isso é justo? É correto que aquele que trabalhou o dia inteiro tenha o mesmo salário que o outro que só o fez no final do dia?

No entanto ao combinar o pagamento, os primeiros aceitaram aquele valor, considerado justo para a jornada diária. Pouco, é verdade... Pouco, mas era o que todos pagavam naquela ocasião. E os que precisavam desse trabalho avulso, por não terem emprego fixo, não discutiriam esse valor pequeno, porque sem ele não teriam pão nas suas casas.

Fecha-se a questão em torno do injusto, aos olhos dos primeiros, que é os últimos receberem o mesmo que eles.

No entanto, o pagamento foi combinado antes de cada um começar o trabalho. Combinado com os primeiros e com os últimos! E aceito sem objeções.

As dúvidas então, se voltam ao senso de justiça do contratador do trabalho, o dono das terras.

Ele contrargumenta que combinou o que quis e indaga duas coisas fundamentais: por que não pode fazer o que quer com o que é seu? E porque é visto com maus olhos se age com bondade?

São essas perguntas que afetam nossos preconceitos justiceiros e revelam a diferença entre o senso comum e o bom senso.

Está correto o critério dele face à justiça?

O que vale mais: o quanto se trabalha ou o fato de se ter trabalhado?

O que é justo: ter o pão ganho com dignidade de um pequeno trabalho ou passar fome porque não houve trabalho igual para todos?

O senso comum julga injusto quem trabalha mais, ganhar igual a quem trabalha menos. E também acusa o critério adotado.

Não foi dito, mas poderiam ter pensado, como costuma acontecer quando se usa de maldade nos julgamentos, que os últimos ficaram dormindo e só apareceram no final do dia, usando de uma esperteza maliciosa que acabou dando certo. - Ora, levantei tão cedo, sem dormir direito e trabalhei debaixo de Sol o dia todo e este folgado chega agora e ganha o mesmo que eu?

Como Jesus inicia a parábola comparando com o “reino dos céus”, remete-nos à vida e aos percalços e oportunidades que surgem. E certamente ao aprendizado e ao desenvolvimento das potencialidades, que englobam a mesma necessidade e a mesma aquisição, para todos, não importando quando comecem. Até porque, pela individualidade firmada nas experiências de cada encarnação, alguns precisam, hoje, de menos esforço que outros, para obterem o mesmo resultado.

O bom senso conduz à melhor solução em cada momento, segundo a sensibilidade de cada um. Ele não se limita a normas e regras e nem ao que todos acham que deveria ser. Mantem o respeito e a consideração elevados. Entende a diversidade e a peculiaridade de cada pessoa e situação, sabendo que por mais parecida que seja com outra, não é igual; e pede um novo olhar, uma nova compreensão e um novo posicionamento.

A fraqueza interior e a falta de confiança conduzem à prática rigorosa de normas, regras e costumes, imaginando que supram a essência. Mas não suprem. Iludem e enrijecem o coração.

O bom senso tem a flexibilidade das volições da alma humana, ele sente o que é funcional e o que é justo, valorizando o ser e diminuindo suas amarguras, porque elas anulam a vontade e a disposição. É por isso que chega ao essencial! 
Cristina Helena Sarraf
Fonte: www.feal.com.br

Um comentário:

  1. Nosso irmão Moisés fez uma explanação do tema "Trabalhadores da Última Hora" maravilhosa, uma conversa direcionada não só aos trabalhadores como nossos irmãos assistidos. muita luz a todos.

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