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Lei do Progresso

Progresso da Legislação Humana
A sociedade poderia ser regida somente pelas leis naturais, sem o recurso das leis humanas, se os homens as compreendessem bem e quisessem praticá-las; então, seriam suficientes. Mas a sociedade tem as suas exigências e precisa de leis particulares (LÊ, 794). Mesmo quando o homem atingir uma civilização superior e completa, esta não será feita apenas de grandes descobertas tecnológicas e de invenções sofisticadas, mas em função do desenvolvimento moral do seu povo.
Progredir não é esperar pelo auxílio divino, acreditando o homem que tudo lhe será dado; é modificar-se através do amor, do trabalho intenso, em um processo dinâmico; não é ficar indiferente às fragilidades próprias da condição humana ou às condições adversas da natureza. E despertar para a vida do Espírito, para a conscientização da responsabilidade individual, para a brevidade e finalidade da vida terrena, como simples instante de trabalho do ser em evolução, o qual deve aprimorar-se ao infinito.
A legislação humana existe, portanto, para salvaguardar o direito dos mais fracos contra os mais fortes, que abusam de sua condição. A lei natural é imutável e sempre a mesma para todos; a lei humana é variável e progressiva: somente ela pode consagrar, na infância da Humanidade, o direito do mais forte (LÊ, 795).
Em civilizações mais avançadas, as leis do amor e da caridade serão praticadas espontaneamente. A cupidez, egoísmo e orgulho não serão tão acentuados, pois as preocupações tenderão a ser mais de ordem moral do que material. Em princípio, haverá o predomínio da bondade, da boa fé e generosidade, o que permitirá que a inteligência desenvolva-se com mais liberdade e facilidade de expressão.
Não serão tão expressivos os preconceitos de raça ou de cor, nem de castas, nem de nascimentos e, portanto, não haverá privilégios, já que tanto os últimos como os primeiros hão de ter os mesmos direitos e obrigações. Em tais povos, a justiça não será tão parcial: o fraco encontrará apoio no mais forte; as crenças e opiniões serão respeitadas. Não haverá tanto sofrimento, nem doença e todos estarão conscientes de que a felicidade decorrerá do merecimento de cada um.
No entanto, somente a educação e o conhecimento das leis de Deus, desde a infância, serão capazes de direcionar o homem para atingir tal grau de progresso através da prática do bem e, assim, as leis não precisarão ser tão rigorosas. Isso acontecerá naturalmente pela força das circunstâncias e com ajuda de indivíduos que se elevam acima da maioria e conduzem a humanidade no caminho da perfeição.
Influência do Espiritismo no Progresso
A Doutrina Espírita, ao trazer à luz o Cristianismo redivivo, inaugura a civilização do Espírito que caracterizará o terceiro milênio, e se tornará uma crença comum e marcará uma nova era na História da Humanidade, porque pertence à natureza e chegou o tempo em que deve tomar lugar entre os conhecimentos humanos (LÊ, 798). Tem, no entanto, grandes lutas a sustentar: no campo científico, mais contra preconceitos do que contra as teorias; no campo religioso, mais contra os preceitos morais em si; no campo filosófico, sua luta será sempre maior contra o intelectualismo, que contra as sábias e reais aspirações humanas.
Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz os homens compreenderem onde está o seu verdadeiro interesse. A vida futura não estando mais velada pela dúvida, o homem compreenderá melhor que pode assegurar o seu futuro através do presente. Destruindo os preconceitos de seita, de casta e de cor ele ensina aos homens a grande solidariedade que os deve unir como irmãos (LÊ, 799). É assim que, no futuro, os contraditores do Espiritismo, achando-se mais e mais isolados, acabarão por pensar como a maioria, visto que todo princípio racional há de ser universal.
Poder-se-ia questionar por que os Espíritos não aceleram o progresso com manifestações patentes, de forma a conduzir os mais incrédulos. Importa considerar que não é apenas através dos fenômenos sensíveis, que se atingirá a convicção da civilização da razão que está por vir. São importantes fundamentos racionais que venham de fato legitimar a autoridade não apenas fenomênica, mas sobretudo moral, que caracteriza a essência da Doutrina Espírita. Não vedes ainda hoje os homens negarem os fatos mais patentes que se passam aos seus olhos? Não tendes os que não acreditariam, mesmo quando vissem? Não, não é por meio de prodígios que Deus conduzirá os homens. Na sua bondade, Ele quer deixar-lhes o mérito de se convencerem através da razão (LE. 802).
Fonte: www.comunidadeespirita.com.br

Um comentário:

  1. Suas colaborações são muito importantes.
    Obrigada!
    Vou ser sua seguidora para acompanhar seus textos.
    Visite meu blog também!
    Abraço

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