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Retorno à pátria espiritual

Porém, laureando-se na escola da dor, fez-se intérprete fiel das emoções de todos os que sofrem resignadamente. Por esse motivo, sua poesia recebeu a consagração do carinho popular. Foi na alma do povo que seus versos encontraram a mais profunda repercussão. Francisco Palma, num soneto, define-a como " A COTOVIA MÍSTICA DAS RIMAS". Em 07 de fevereiro de 1901, aos 24 anos de idade, Auta de Souza desencarna em Natal, capital do Rio Grande do Norte.
Escreveu um único volume de poemas, "Horto", publicado em 1900, pouco antes de sua morte, com prefácio de Olavo Bilac. A primeira edição esgotou-se em dois meses, ocorrendo fato análogo com a segunda edição, em 1911.

Até o presente, quatro edições do " Horto", vieram a público - a terceira prefaciada por Alceu Amoroso Lima, em 1936, e a última, em 1970. Sua produção poética antes de se chamar " Horto" , tinha o nome de "Dálias". Todo o livro é impregnado do sentimento cristão que sempre a inspirou. A mesma simplicidade, a mesma fé, a mesma ternura que emanam dos versos escritos em Espírito, pelas mãos de Francisco Cândido Xavier, podem ser identificados nos poemas da autora encarnada.

Entre a lavra da jovem enferma e a alma liberta, uma só diferença profundamente confortadora para quantos buscam o confronto sem a exclusiva preocupação de identificação do estilo - na existência física atormentada é a Ave Cativa, que canta seu anseio de liberdade, o coração resignado que busca no Cristo o consolo das bem-aventuranças prometidas aos aflitos da terra; além do túmulo é o pássaro liberto e feliz que, tornando ao ninho dos antigos infortúnios, vem trazer aos homens a mensagem de bondade e esperança, o apelo à Fé e à Caridade, indicando o rumo certo para a conquista da verdadeira vida.

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