O Jovem e o Carnaval
É carnaval. Puxa! Como demorou prá chegar! Hora de relaxar! Hora de acabar com o estresse! Hora ansiosamente aguardada para “sair do sério.” Pierrôs, colombinas, palhaços e outras fantasias inomináveis, que, muitas vezes, refletem os desejos mais íntimos, e nem sempre confessáveis, dos foliões. Surgem do nada, guiados pelo som irresistível dos tambores e clarins, para “cair na folia.” Quanta loucura... Mas é carnaval e no carnaval, tudo é permitido...
Marginais, no meio da multidão que pula de forma alucinada, aproveitam-se da confusão para cometer crimes. Muitos jovens e adultos, transtornados pela música hipnotizante e frenética, caem nas armadilhas das drogas alucinantes. É hora de pular, sambar e frevar, além de trocar propositais empurrões e cotoveladas. Esse é o lado da festa que podemos observar deste lado da vida. Mas há outro lado...
Pelo lado espiritual, o carnaval observado do Além, é lamentavelmente muito mais triste e perigoso. Milhares de espíritos infelizes, também invadem as avenidas, num triste e feio espetáculo, que transforma o carnaval em um terrível circo dos horrores de grandes e atemorizantes proporções.
A música de Caetano que diz: “Atrás do trio elétrico, só não vai quem já morreu”, está totalmente equivocada, pois os queridos malfeitores das trevas, os “vagabundos do mundo oculto,” vão atrás sim e se vinculam aos foliões pelos fios invisíveis das preferências que estes trazem escondidas no seu íntimo.
Dezenas, centenas, milhares de entidades vampirescas, abraçam e se desdobram em influenciar os foliões, para juntos beberem, fumarem, se drogarem, se entregarem ao sexo desvairado e cometerem os mais tristes desatinos.
O homem vive onde e com quem se sintoniza psiquicamente. E essa sintonia se dá pelos desejos e tendências existentes na intimidade de cada um. E é, graças a essa lei de afinidade, que os espíritos das trevas se vinculam aos foliões descuidados, induzindo-os a orgias deprimentes e atitudes grotescas, animalizadas, de lamentáveis conseqüências.
Quantos crimes acontecem nesses dias, quantos acidentes, quanta loucura... Tramas terríveis são ardilosamente arquitetadas no além-túmulo, esperando por esses dias em que o desequilíbrio é a tônica.
Enquanto os foliões se envolvem com o brilho dos refletores, com plumas, paetês e lantejoulas, nas avenidas feericamente iluminadas, os bons espíritos vêem e lamentam pelo ambiente espiritual deprimente, triste, envolto em escuras nuvens criadas pelas vibrações mentais negativas. As conseqüências cruéis desse grotesco espetáculo se fazem sentir de forma rápida e inexorável.
É dramática, a triste estatística de horrores, durante e após o carnaval. Crimes acontecem depois do carnaval, mas em conseqüência dele, como nos abortos realizados, fruto de envolvimentos insensatos.
Pergunte a si mesmo: vale a pena pagar o alto preço exigido por alguns dias de loucura? Vale a pena ver seu nome na estatística de horrores que acontece no carnaval? Espero que não.
Alguns espíritas, devem estar pensando: Eu brinco, mas não faço nada de errado! É possível. Mas se você atravessar um pântano de lama fétida, local de doenças e outras mazelas, pode até acontecer de você não adoecer, mas que vai sujar-se, não há a menor dúvida...
Ah, e não venha com o exemplo do lírio belo e perfumado que brota nos pântanos. Ele nasce lá, mas seu perfume e beleza só são percebidos, quando estão longe daquele lugar.
Para atravessar a tempestade de energia negativa que envolve o carnaval, sem ser tocado por ela, só se você for alguém espiritualmente iluminado. Mas se você for tão iluminado, com certeza não estará participando do carnaval...
Fonte: Fundação Espírita André Luiz
Mas, quem achar que está havendo exagero, ponha a fantasia de bobo da vida, a máscara da insensatez e libere geral, mas não esqueça, na 4ª feira de cinzas, ao retornar para sua casa espírita, de convidar os inúmeros foliões desencarnados, que estão em sua companhia, querendo mais, mais e mais.
Fonte: Fundação Espírita André Luiz
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