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O Divino Dom da Palavra

Dentre todos os meios de comunicação que o homem lança mão, um é inegavelmente o mais completo. Estamos falando da palavra. Com ela, quase tudo é possível, sem ela muita coisa é impossível. Há palavras belas, e há aquelas feias e há ainda as horrorosas.
Há palavras tristes, há palavras alegres. Há palavras que obscurecem mas há aquelas que iluminam. Há palavras que incentivam mas há aquelas que desencorajam. Há palavras que constroem, há aquelas que destroem. Há palavras que unem e há aquelas que segregam.
Há palavras simples e há aquelas complexas. Há palavras saudáveis e há aquelas doentias. Há palavras confortadoras e há aquelas ameaçadoras. Há palavras felizes e há aquelas infelizes. Há palavras doces e há aquelas amargas. Há palavras sagradas e há aquelas profanas. Há palavras de azar há outras de sorte. Há palavras de vida, há palavras de morte.
Seja qual for a sua palavra, lembre-se que você é o único responsável pelo resultado que ela poderá causar. Às vezes nem sempre somos felizes nas palavras que empregamos, seja numa conversa, seja numa opinião emitida, seja numa palestra proferida. É preciso muito cuidado quando verbalizamos.
Muitas vezes desejamos expressar uma ideia mas utilizamos palavras inadequadas, gerando verdadeiros mal-entendidos que somente com longas explicações é que conseguimos reparar os estragos causados.
Às vezes pensamos em transmitir uma ideia, mas não somos felizes no emprego das palavras adequadas, e quando menos esperamos, sem querer ferimos a sensibilidade das pessoas, e deixamos uma marca que, em certos casos, somente as nossas atitudes positivas ao longo do tempo, serão capazes de apagar.
É necessário pois, se queremos manter o nosso compromisso com o Bem Maior, policiar as nossas palavras apara que não tenhamos desagradáveis surpresas perante aqueles que as escutam, eliminando ao máximo as fortes emoções deixando fluir o equilíbrio próprio dos Homens de Bem.
Ao nos recomendar "seja a tua palavra, sim sim, não não", Jesus coloca sob nossa responsabilidade toda a possibilidade do verbo que, ao som do livre-arbítrio, é capaz de promover o bem-estar, a paz e a felicidade do nosso semelhante, entretanto se mal utilizado poderá promover dores e aflições.
Como a Lei de causa e efeito existe para corrigir as nossas falhas cometidas em nossas múltiplas existências, se comprometemos a nossa passagem por aqui, causando sofrimento aos nossos semelhantes com o mau usos da palavra, é possível que venhamos a reencarnar beneficiados como mudos e surdos, ou quem sabe, contraindo ao longo da vida uma bruta e incurável faringite, a fim de, diante de tão dolorosas provas, possamos melhor valorizar o divino dom da palavra.

Jair Herculano dos Santos (Nas Ondas do Consolador. Editora Sal da Terra, João Pessoa.2008)

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