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LEI DA IGUALDADE

 
A ONU – Organização das Nações Unidas, em seu último relatório do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), publicado em Julho de 1999, coloca o Brasil na 79.ª posição entre os 174 países cuja qualidade de vida é avaliada. O índice mede, entre outras coisas, a mortalidade infantil, analfabetismo, saneamento e distribuição da riqueza produzida. No indicador econômico de produção de riquezas, o Brasil está colocado em nono lugar, ou seja uma das dez economias mais prósperas e fortes do planeta. Por outro lado, no índice de distribuição de riquezas o País está em último lugar, perdendo para países muito pobres da Ásia, África e América Latina. Aqui 1% da população detém 17% da riqueza nacional; são 1,5 milhão de indivíduos que podem ser considerados "milionários", enquanto que 50% do povo, cerca de 80 milhões, ficam com 12% da riqueza; são os chamados excluídos, sem terra, sem teto, sem escola, sem comida. A renda dos cinco homens mais ricos do Brasil é maior que a dos 30 milhões mais pobres, todos juntos.
No auge da chamada globalização da economia, com todos os extraordinários avanços tecnológicos da informática e das comunicações, 40 milhões de pessoas no Brasil e 2 bilhões no mundo, vivem abaixo da linha da pobreza, passando fome, enquanto a capacidade de produção de alimentos é suficiente para garantir a boa nutrição de todos os seis bilhões de seres encarnados na Terra. Este é o grande paradoxo do final do milênio: as profundas desigualdades sociais; enquanto uns acumulam riquezas gigantescas, a grande maioria vive como pária (s. m. Indivíduo da íntima classe dos hindus; (fig.) homem desprezado ou repelido pela sociedade. (Do tâmul pareyar.) da sociedade, dependendo de esmolas e dos restos jogados no lixo para sobreviver mais um dia, sem dignidade e sem esperança.
Por quê tanta injustiça e tanta miséria, se Deus criou o mundo com abundância de recursos para atender plenamente todas as necessidades?
Por quê milhões de pais de família estão desempregados e desesperados na busca de trabalho se uma das leis de Deus é a lei do trabalho?
De quem é a culpa?
Qual a solução?
As respostas para estas, e muitas outras questões, encontramos em "O Livro dos Espíritos", na Parte Terceira, Capítulo IX que trata da Lei de Igualdade.
Analisemos algumas questões:
Pergunta 811: Será possível e já terá existido a igualdade absoluta das riquezas?
Resposta - "Não; nem é possível. A isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres."
a) - Há, no entanto, homens que julgam ser esse o remédio aos males da sociedade. Que pensais a respeito?
"São sistemáticos esses tais, ou ambiciosos cheios de inveja. Não compreendem que a igualdade com que sonham seria a curto prazo desfeita pela força das coisas. Combatei o egoísmo, que é a vossa chaga social, e não corrais atrás de quimeras."
Pergunta 812: Por não ser possível a igualdade das riquezas, o mesmo se dará com o bem-estar?
Resposta - "Não, mas o bem-estar é relativo e todos poderiam dele gozar, se se entendessem convenientemente, porque o verdadeiro bem-estar consiste em cada um empregar o seu tempo como lhe apraza e não na execução de trabalhos pelos quais nenhum gosto sente. Como cada um tem aptidões diferentes, nenhum trabalho útil ficaria por fazer. Em tudo existe o equilíbrio; o homem é quem o perturba."
a) - Será possível que todos se entendam?
"Os homens se entenderão quando praticarem a lei de justiça."
Neste momento, a resposta dada pela espiritualidade maior, à questão 930, resume a Lei que deve imperar entre todos os homens:
"Numa sociedade organizada segundo a Lei de Cristo, ninguém deve morrer de fome."
Cada Espírito é uma individualidade e foi criado por Deus para cumprir um missão determinada no Universo. Por sermos diferentes uns dos outros, pelo uso do livre-arbítrio evoluímos em ritmos diferentes. Portanto, sempre existirão aqueles que estudam ou trabalham mais e melhor que outros e que estão num nível mais avançado, seja ele moral, intelectual ou espiritual.
Daí existirem ricos e pobres. Mas a todos deve ser garantido o necessário para o bem-estar social se a sociedade estiver organizada segundo a Lei do Cristo, que tem como um dos fundamentos a solidariedade entre aqueles que muito podem e aqueles que nada tem. Quando a cooperação for maior que a competição, não faltará trabalho para nenhum ser humano. E mais, cada um de acordo com sua aptidão, ou seja, cada qual fazendo aquilo que mais gosta e por isso fazendo melhor, pois faz com prazer e não por obrigação.
 A Questão das Desigualdades: -
Com relação ao assunto, o Espírito Emmanuel no seu livro "O Consolador", psicografado por Francisco Cândido Xavier, nos oferece relevantes ensinamentos:
Pergunta n.º 54: "Com a difusão da luz espiritual, alargará o homem a noção de pátria, de modo a abranger no mesmo nível todas as nações do mundo?"
Resposta: " - A luz espiritual dará aos homens um conceito novo de pátria, de maneira a proscrever-se (v. tr. dir. Condenar a degredo, por sentença ou voto escrito; banir; desterrar; (fig.) proibir; condenar: (Do lat. proscribere.) o movimento destruidor pelos canhões e balas homicidas.
Quando se verifique, o homem aprenderá a valorizar o berço em que renasceu, pelo trabalho e pelo amor, destruindo-se concomitantemente as fronteiras materiais e dando lugar à era nova da grande família humana, em que as raças serão substituídas pelas almas e em que a pátria será honrada, não com a morte, mas com a vida bem vivida."
Pergunta n.º 55: "A desigualdade verificada entre as classes sociais, no usufruto (s. m. Ato ou efeito de usufruir; aquilo que se usufrui; direito proveniente do usufruto. (Do lat. usufructu.) dos bens terrenos, perdurará nas épocas do porvir?"
Resposta: " - A desigualdade social é o mais elevado testemunho da verdade da reencarnação, mediante a qual cada espírito tem sua posição definida de regeneração e resgate. Nesse caso, consideramos que a pobreza, a miséria, a guerra, a ignorância, como outras calamidades coletivas, são enfermidades do organismo social, devido à situação de prova da quase generalidade dos seus membros. Cessada a causa patogênica com a iluminação espiritual de todos em Jesus Cristo, a moléstia coletiva estará eliminada dos ambientes humanos."
Pergunta n.º 56: "Pode admitir-se, em sociologia, o conceito de igualdade absoluta?"
Resposta: " - A concepção igualitária absoluta é um erro grave dos sociólogos, em qualquer departamento da vida. A tirania política poderá tentar uma imposição nesse sentido, mas não passará das espetaculosas uniformizações simbólicas para efeitos exteriores, porquanto o verdadeiro valor de um homem está no seu íntimo, onde cada espírito tem sua posição definida pelo próprio esforço.
Nessa questão existe uma igualdade absoluta de direitos dos homens perante Deus, que concede a todos os seus filhos uma oportunidade igual nos tesouros inapreciáveis do tempo. Esses direitos são os da conquista da sabedoria e do amor, através da vida, pelo cumprimento do sagrado dever do trabalho e do esforço individual. Eis porque cada criatura terá o seu mapa de méritos nas sendas evolutivas, constituindo essa situação, nas lutas planetárias, uma grandiosa escala progressiva em matéria de raciocínios e sentimentos, em que se elevará naturalmente todo aquele que mobilizar as possibilidades concedidas à sua existências para o trabalho edificante da iluminação de si mesmo, nas sagradas expressões do esforço individual."
Pergunta n.º 57: "Poderão os homens resolver sem atritos as chamadas questões proletárias?" (2. adj. Relativo aos proletários. Proletário - 1. s. m. Entre os romanos, cidadão pobre que só era útil à República na procriação de filhos; homem pobre, que vive unicamente de seu salário; operário; trabalhador. (Do lat. proletariu.).
Resposta: " - Sim quando se decidirem a aceitar e aplicar os princípios sagrados do Evangelho. Os regulamentos apaixonados, as greves, os decretos unilaterais, as ideologias revolucionárias, são cataplasmas (s. f. (farm.) Papas medicamentosas que se aplicam em parte inflamada do corpo, diretamente ou entre dois panos. (Do gr. kataplasma.) inexpressivas, complicando a chaga da coletividade.
O socialismo é uma bela expressão de cultura humana, enquanto não resvala para os pólos do extremismo.
Todos os absurdos das teorias sociais decorrem da ignorância dos homens relativamente à necessidade de sua cristianização. Conhecemos daqui os maus dirigentes e os maus dirigidos, não como ricos e pobres, mas como a avarentos e a revoltados. Nessas duas expressões, as criaturas operam o desequilíbrio de todos os mecanismos do trabalho natural.
A verdade é que todos os homens são proletários da evolução e nenhum esforço de boa realização na terra é indigno do espírito encarnado.
Cada máquina exige uma direção especial, e o mecanismo do mundo requer o infinito de aptidões e de conhecimentos .
Sem a harmonia de cada peça na posição em que se encontra, toda produção é contraproducente e toda boa tarefa impossível.
Todos os homens são ricos pelas bênçãos de Deus e cada qual deve aproveitar, com êxito, aos "talentos " recebidos, porquanto, sem exceção de um só, prestarão um dia, além-túmulo, contas de seus esforços.
Que trabalhadores da direção saibam amar, e que os da realização nunca odeiem. Essa é a verdade pela qual compreendemos que todos os problemas do trabalho, na terra, representam uma equação de evangelho.
Pergunta n.º 58: "Reconhecendo-se o Estado como aparelhamento de leis convencionais, é justificável a sua existência, bem como a das classes armadas, que o sustentam no mundo?
Resposta: " - Na situação (ou condição) atual do mundo e considerando a heterogeneidade dos caracteres e das expressões evolutivas da criaturas, examinadas isoladamente, justifica-se a necessidade dos aparelhos estatais nas convenções políticas, bem como das classes armadas que os mantém no orbe, como institutos de ordem para a execução das provas individuais, nas contingências humanas, até que o homem perceba o sentido de concórdia e fraternidade dentro das leis do Criador, prescindindo (prescindir - v. tr. ind. Separar mentalmente; abstrair; não tomar em conta; dispensar; não fazer caso; renunciar: não podemos prescindir de sua colaboração. (Do lat. praescindere.) então da obrigatoriedade de certas determinações das leis humanas, convencionais e transitórias."
A lei de Igualdade está na origem dos seres, na aplicação igual à trajetória de todos, para seu progresso e aperfeiçoamento espiritual e na destinação de todos.
Utópica (adj. Referente a utopia; que encerra utopia; quimérico. Utopia - s. f. País fantástico, imaginado pelo escritor inglês Thomas Morus, e no qual tudo está organizado de forma irrepreensível; (p. ext.) sistema ou plano que parece irrealizável; quimera; fantasia; devaneio; ilusão. (Do gr. ou+topos.) é a teoria da igualdade de criaturas em graus diferentes de evolução, habitantes de um mundo, de uma nação, ou componentes de uma sociedade, visando a uma organização econômica e social igualitária para todos.
Ä O Homem e a mulher: -
Perante os códigos divinos, homens e mulheres possuem os mesmos direitos; a diferença de sexo existe por força da necessidade de experiências específicas pelas quais o Espírito precisa passar. Aliás, o Espírito, centelha divina, não possui sexo, como o entendamos.
Entre o homem e a mulher existe a igualdade de direitos; das funções, não. Preciso é que cada um esteja no lugar que lhe compete. Ocupe-se do exterior o homem e do interior a mulher, cada um de acordo com sua aptidão. A lei humana, para ser eqüitativa ( Equitativo: - adj. Em que há eqüidade; que tem eqüidade; justo; reto.) deve consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher. Todo privilégio a um ou a outro concedido é contrario à justiça. A emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização. Sua escravização marcha de par com a barbaria. Os sexos, além disso, só existem na organização física. Devem, por conseguinte, gozar dos mesmos direitos.
A mulher é um ser perfectível como o homem e suas aspirações são legítimas; seu pensamento é livre e nenhum poder no mundo tem o direito de a escravizar aos seus interesses e às suas paixões. Ela reclama sua parte de atividade intelectual, e a obterá, porque há uma lei mais poderosa do que todas as leis humanas, é a do progresso, à qual toda a criação está subordinada.
Temos dito e repetido muitas vezes, a emancipação da mulher será a conseqüência da difusão do Espiritismo, porque ele funda os seus direitos, não numa idéia filosófica generosa, mas na identidade mesma da natureza do Espírito. Provando que não há Espíritos homens e Espíritos mulheres, que todos têm a mesma essência, a mesma origem e o mesmo destino, ela consagra a igualdade de direitos. A grande Lei da Reencarnação vem, além disso, sancionar este principio. Desde que os mesmos Espíritos podem encarnar, tanto como homens como mulheres, disso resulta que o homem que escraviza a mulher poderá ser escravizado por sua vez; que, assim, trabalhando pela emancipação das mulheres, os homens trabalham pela emancipação geral e, por conseqüência, em proveito próprio. As mulheres têm, pois, um interesse direto na propagação do Espiritismo, porque este fornece ao apoio de sua causa os mais poderosos argumentos que jamais foram invocados.
Por mais que se acentuem as mudanças sociais no mundo, haverá sempre diversidade das funções entre homens e mulheres, por necessidade de planificação reencarnatória. "O homem e a mulher, no instituto conjugal, são como cérebro e o coração do organismo doméstico." Ambos são portadores de uma responsabilidade igual no sagrado colégio da família; e se a alma feminina sempre apresentou um coeficiente mais avançado de espiritualidade na vida, é que, desde cedo, o Espírito masculino intoxicou as fontes da sua liberdade, através de todos os abusos, prejudicando a sua posição moral, no decurso das existências numerosas, em múltiplas experiências seculares. Porém, se a mulher quiser elevar a humanidade que seja digna de seu papel; se quiser formar os homens comece a se conhecer a si própria, para lhes dar desde tenra idade o amor belo, grande, justo; mas para tanto, é necessário que ela possua esse amor num grau superior, é preciso que o compreenda. Se o agente educador por excelência for reduzido ao estado de nulidade, a sociedade vacilará.
Ä A mulher ante o Cristo: -
Toda vez que nos disponhamos a considerar a mulher no plano inferior, lembremo-nos dela, ao tempo de Jesus.
Há vinte séculos, com exceção das patrícias do Império, quase todas as companheiras do povo, na maioria das circunstâncias, sofriam extrema abjeção (s. f. Último grau de baixeza moral; opróbrio, aviltamento; infâmia. (Do lat. abjectione.), convertidas em alimárias (s. f. Animal irracional; animal de carga. (Do lat. animalia.) de carga, quando não fossem vendidas em leilões públicos.
Tocadas, porém, pelo verbo renovador do Divino Mestre, ninguém respondeu com tanta lealdade e veemência (s. f. Qualidade do que é veemente; impetuosidade; transporte da alma; arrebatamento; entusiasmo; grande energia; forte agitação; vigor; vivacidade; intensidade; eloqüência comovente; grande empenho ou interesse. (Do lat. vehementia.) aos apelos celestiais.
Entre as que haviam descido aos vales da perturbação e da sombra, encontramos em Madalena o mais alto testemunho de soerguimento moral, das trevas para a luz; e entre as que se mantinham no monte do equilíbrio doméstico, surpreendemos em Joana de Cusa o mais expoente de concurso e fidelidade.
Atraídas pelo amor puro, conduziam à presença do senhor aos aflitos e os mutilados, os doentes e as crianças. E, embora não lhe integrassem o círculo apostólico, foram elas representadas nas filhas anônimas de Jerusalém- as únicas demonstrações de solidariedade espontânea que o visitaram, desassombradamente (adj. Que não tem sombra; aberto; amplo; que mostra desassombro; destemido.), sob a cruz do martírio, quando os próprios discípulos debandavam.
Mais tarde, junto aos continuadores da Boa-Nova, sustentaram-se no mesmo nível de elevação e de entendimento.
Dorcas, a costureira Jopense (cidade de Jope), depois de amparada por Simão Pedro, fez-se mais ativa colaboradora da assistência aos infortunados. Febe é a mensageira da epistola de Paulo de Tarso aos romanos. Lidia, em Filipos, é a primeira mulher com suficiente coragem para transformar a própria casa em santuário do Evangelho nascituro, Lóide e Eunice, parentas de Timóteo, eram padrões morais da fé viva. Entretanto, ainda que semelhantes heroínas não tivessem de fato existido, não podemos olvidar que, um dia, buscando alguém no mundo para exercer a necessária tutela sobre a vida preciosa do Embaixador Divino, o Supremo Poder do Universo não hesitou em recorrer à abnegada mulher, escondida num lar apagado e simples.
Humilde, ocultava a experiência dos sábios; frágil como o lírio, trazia consigo a resistência do diamante; pobre entre os pobres, carreava (v. tr. dir. Conduzia ou transportava em carro. (De carro.) na própria virtude os tesouros incorruptíveis do coração, e, desvalida entre os homens, era grande e prestigiosa perante Deus.

Eis o motivo pelo qual, sempre que o raciocínio nos induza a ponderar quanto à glória do Cristo recordando, na Terra, a grandeza de nossas próprias mães, nós nos inclinaremos, reconhecidos e reverentes, ante a luz que não murcha da Estrela de Nazaré. (Emmanuel)
(Mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, extraída do livro "Religião dos Espíritos")
Ä Provas da Riqueza e da Pobreza: -
A sociedade humana ainda não entendeu seu verdadeiro papel nem os motivos de sua estada no planeta; tem buscado, por intermédio de interpretações nem sempre corretas, administrar ou entender sua própria vida de forma dual (1. adj. 2 gên. Referente a dois.2. s. m. (gram.) Número que, na declinação de certas línguas, como o grego e o sânscrito, designa duas pessoas ou coisas. (Do lat. duele.), posicionando-se entre dois extremos, entendendo ser ou não ser, ter ou não ter, crer ou não crer, rico ou pobre, espiritualista ou materialista, não percebendo que tudo se encadeia no universo e que a moeda , mesmo tendo duas faces, é uma só, e assim como a moeda, tudo no universo também é uno e provém de uma mesma fonte. Tudo que existe no universo provém de uma mesma fonte que é Deus, mas o homem, não entendendo essa origem, às vezes duvida e separa o divino do humano.

Para entendermos melhor essa afirmativa, vejamos: Deus não cria coisas e formas prontas. Deus cria princípios. Sendo assim, Deus cria o princípio material, "fluído cósmico", e o princípio inteligente, "espíritos" simples e ignorantes. A estes deu atributos especiais, entre os quais inteligência e livre-arbítrio, para que, com o passar do tempo, pudessem construir os outros atributos necessários ao progresso, até atingirem a perfeição. Segundo informações trazidas por espíritos de escol a exemplo de Emmanuel, André Luiz e Humberto de Campos, dentro outros, Jesus, o Cristo, é o idealizador, construtor e administrador do planeta Terra é também responsável pelos espíritos que habitam nosso orbe, encarnados e desencarnados. Sendo assim, nada do que existe na Terra é propriedade de seus habitantes, estando todos responsáveis pela conservação e utilização em caráter provisório. Somos meros usufrutuários dos bens existentes e colocados em nossas mãos, sejam grandes ou pequenos esses bens.
Ä Finalidades da Riqueza -
A Terra não é rica nem pobre. Quem estabelece os valores às coisas somos nós, de acordo com nossos interesses e necessidades. Assim, o ouro vale mais do que o ferro, vale mais do que a água, etc. Para a natureza, tudo tem o mesmo valor, porque todos o elementos são importantes na estrutura material do planeta. Assim, a riqueza e pobreza são conceitos meramente humanos e, devido ao nosso pensamento atávico (adj. Relativo ao atavismo; transmitido ou adquirido por atavismo. (Do lat. atavus, tetravô.) - s. m. Propriedade, que têm os seres reprodutores, de transmitir seus caracteres físicos ou psíquicos aos descendentes, com intervalo de uma ou mais gerações; semelhança com os avós. (Do lat. atavus.)) em relação aos mesmos, assumimos comportamentos completamente dissociados da verdadeira função dos bens materiais, não deve nem pode encontrar sua realização plena na posse desses bens.
Está comprovado, e todos somos testemunhas, que a fortuna muda de mãos constantemente, não levando o homem, nada do que possui na vida material para a sepultura. Por quê uns nascem ricos e outros nascem em extrema pobreza? A distribuição dos bens materiais obedece a critérios humanos, porém, esses critérios são aceitos pelos espíritos evoluídos, colaboradores de Jesus na administração e conduta da vida dos homens na Terra, com objetivos unicamente educativos. Aos ricos é dada a oportunidade de administrar a fortuna em favor dos outros que ainda são incapazes de possuir e controlar a riqueza. Aos pobres é dada oportunidade de, através das dificuldades, adquirir conhecimentos e sabedoria para que no futuro adquiram, também, o direito de posse da riqueza e bem administrarem-na.
O que ocorre com esses últimos, é que nem sempre aceitam a condição de aprendizes e revoltam-se, transformado a escola que é o planeta num verdadeiro inferno de lamentações e violência. Os ricos, também não entendendo a função da riqueza que é depositada em suas mãos, terminam por deixar que o orgulho, a vaidade e o egoísmo transformem o que seria uma fonte de bênçãos em instrumento de opressão e miséria para aqueles que ainda não aprenderam como adquirir e manter os valores necessários a uma vida melhor no mundo material. Assim sendo, a função da riqueza, colocada temporariamente nas mãos de alguns, é para que estes que já possuem o dom, o conhecimento e a maturidade, administrem bem, fazendo com que os outros cresçam e habituem-se, no futuro, a fazer o mesmo com os outros que chegam. A riqueza portanto, é instrumento maravilhoso que, quando depositada em mãos corretas, produz progresso, felicidade, bem-estar. Quando, porém, cai em mãos erradas, produz a desgraça de todos.
Ä Das Leis de Liberdade: -
Manifestações de Liberdade: - A liberdade é lei natural, ou divina, de que goza o homem em sua consciência, ao pensar e agir.
A liberdade, como lei divina, não deve ser entendida em termos absolutos pelo indivíduo.
Sendo faculdade de todos, encontra limites nas liberdades alheias, na obrigação de cada um respeitar os direitos alheios.
Portanto, a liberdade deve ser entendida com a responsabilidade que lhe corresponde e não em sentido ilimitado.
A liberdade individual aumenta com o crescimento intelectual e moral do Espírito, mas, ao mesmo tempo cresce também sua responsabilidade.
Pergunta 826 de "O Livro dos Espíritos" – "Em que condições poderia o homem gozar de absoluta liberdade?"
R: "Nas do eremita do deserto. Desde que juntos estejam dois homens, há entre eles direitos recíprocos que lhes cumpre respeitar; não mais, portanto, qualquer deles goza de liberdade absoluta."
O clamor pela liberdade no seio das sociedades humanas acentuou-se na época moderna, após a afirmação de uma consciência coletiva esclarecida.
As idéias absolutistas da Idade Média, as autocracias da Igreja e dos reis e príncipes retardaram por séculos as idéias libertadoras.
Por falta de compreensão desse bem inefável (adj. 2 gên. Que não se pode exprimir por meio da palavra; inexprimível; indizível. (Do lat. ineffabile.), que é a liberdade responsável, predominaram por milênios usos, costumes, abusos do mais forte, preconceitos contra a mulher.
Na resposta da questão 833 de "O Livro dos Espíritos", a Espiritualidade Maior nos ensina que: "no pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe peias (s. f. Corda ou correia com que se prendem os pés das bestas; braga de ferro com que se prendiam os pés do escravo fugitivo; pega. (Do lat. pede.)).
A presença da Doutrina dos Espíritos no mundo, doutrina de liberdade na sua essência, só se tornou viável após as conquistas libertadoras dos fins do século XVIII, continuadas no séc. XIX, consolidadas no decorrer do séc. XX, apesar das reações do autoritarismo no campo político e religioso.
Atualmente, as nações, em maior número, já estabelecem em suas legislações os princípios fundamentais da liberdade de pensar, de consciência e de expressão. Mas ainda há muito a realizar-se.
O escravagismo, o absolutismo e o fanatismo ainda são formas de influenciação na dominação do homem pelo homem.
A liberdade deve ser entendida sempre em termos de realização do Bem. Não se deve confundi-la com a licenciosidade para pensar e agir.
O mal, criação humana, resulta do mau uso do livre-arbítrio, mas é de responsabilidade de quem o pratica, que por ele responde em todas as suas conseqüências.
O erro e o desrespeito às Leis Divinas são vínculos que escravizam o infrator até que ocorra a retificação. É a Lei de Justiça e de Amor em ação.
Ä Livre-arbítrio: -
O livre-arbítrio é definido como "a faculdade que tem o indivíduo de determinar a sua própria conduta", ou seja, em outras palavras, a possibilidade que ele tem de, entre duas ou mais razões suficientes de querer ou de agir, escolher uma delas e fazer que prevaleça sobre as outras.
O homem não é fatalmente levado ao mal; os atos que pratica não foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam de uma sentença do destino. Ele pode, por prova ou por expiação, escolher uma existência em que seja arrastado ao crime, quer pelo meio onde se ache colocado, quer pelas circunstâncias que sobrevenham, mas será sempre livre de agir ou não agir.
Sem o livre-arbítrio, o homem não teria mérito em praticar o bem ou evitar o mal, pois a vontade e a liberdade do Espirito não sendo exercidas, o homem não seria mais do que um autômato (s. m. Figura que, provida de mecanismo oculto, imita os movimentos de seres animados; maquinismo que se põe em movimento por meios mecânicos. (Do gr. automatos.)). Pelo livre-arbítrio, ao contrário, passa o indivíduo a ser o arquiteto da sua própria vida, da sua felicidade ou infelicidade, da sua maior ou menor responsabilidade em qualquer ato que pratique.
A liberdade e o livre-arbítrio têm uma correlação fundamental na criatura humana e aumentam de acordo com a sua elevação e conhecimento. Se por um lado temos a liberdade de pensar, falar e agir, por outro lado, o livre-arbítrio nos confere a responsabilidade dos próprios atos, por terem sido eles praticados livremente e por própria vontade.
No entanto, não há liberdade verdadeira sem responsabilidade. Assim, forma-se a dualidade da lei de Causa e Efeito, ou de Ação e Reação - livre-arbítrio e Fatalidade.
Pergunta 844 de "O Livro dos Espíritos": "Do livre-arbítrio goza o homem desde o seu nascimento?
Resposta: "Há liberdade de agir, desde que haja vontade de fazê-lo. Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades. Estando seus pensamentos em concordância com o que a sua idade reclama, a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário."
Ä A fatalidade: -
Como vulgarmente é entendida, supõe a decisão prévia e irrevogável de todos os sucessos da vida, qualquer que seja a importância deles. Se tal fosse a ordem das coisas, o homem seria qual máquina sem vontade. De que lhe serviria inteligência, desde que houvesse de estar invariavelmente dominado, em todos os seus atos, pela força do destino? Semelhante doutrina, se verdadeira, conteria a destruição de toda liberdade moral; já não haveria para o homem responsabilidade, nem, por conseguinte, bem ou mal, crimes ou virtudes. Não seria possível que Deus, soberanamente justo, castigasse suas criaturas por faltas cujo cometimento não dependera delas, nem que as recompensasse por virtudes de que nenhum mérito teriam. Demais, tal lei seria a negação da do progresso, porquanto o homem, tudo esperando da sorte, nada tentaria para melhor a sua posição, visto que não conseguiria ser mais nem menos.
A fatalidade existe unicamente pela escolha que o espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para passar. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem achar-se colocado. Falo das provas físicas, pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir.
Pergunta 852: "Há pessoas que parecem perseguidas por uma fatalidade, independente da maneira por que procedem. Não lhes estará no destino o infortúnio?"
Resposta: "São, talvez, provas que lhes caiba sofrer e que elas escolheram. Porém, mais ainda lançais à conta do destino o que as mais das vezes é apenas conseqüência de vossas próprias faltas. Trata de ter pura a consciência em meio dos males que te afligem e já bastante consolado te sentirás."
Não creias, entretanto, que tudo o que sucede esteja escrito, como costumam dizer. Um acontecimento qualquer pode ser a conseqüência de um ato que praticaste por tua livre vontade, de tal sorte que, se não o houvesse praticado, o acontecimento não se teria dado. Imagina que queimas o dedo. Isto nada mais é senão resultado da tua imprudência e efeito da matéria. Só grandes dores, os fatos importantes e capazes de influir no moral, Deus os prevê, porque são úteis à tua depuração e à tua instrução. Aquele que delibera sobre uma coisa é sempre livre de faze-la, ou não. Se soubesse previamente que, como homem, teria que cometer um crime, o Espírito estaria a isso predestinado. Ficai, porém, sabendo que ninguém há predestinado ao crime e que todo crime, como qualquer outro ato, resulta sempre da vontade e do livre-arbítrio.
Demais, sempre confundis duas coisas muito distintas: os sucessos materiais da vida e os atos da vida moral. A fatalidade, que algumas vezes há, só existe com relação àqueles sucessos materiais, cuja causa reside fora de vós e que independem da vossa vontade. Quanto aos atos da vida moral, esses emanam sempre do próprio homem que, por conseguinte, tem sempre a liberdade de escolher. No tocante, pois, a esses atos, nunca há fatalidade.
A fatalidade verdadeiramente, só existe quanto ao momento em que deveis aparecer e desaparecer deste mundo.
Ä Conhecimento do Futuro: -
Pode o homem conhecer o seu futuro? E, se pode, deve conhecê-lo?
Essa possibilidade, se bem que muito relativa, existe, sim, já que as pessoas trazem, ao nascer, certas tendências, aptidões e qualidades inatas, cujas manifestações, mais ou menos evidentes, permitem prever, até certo ponto, o que serão ou que farão na vida.
Afora isto, porém, tudo o mais será bem mais difícil, por duas razões.
Primeira: grande parte de nossa sorte futura ainda não está nem poderia estar delineada, assemelhando-se a páginas em branco de um livro parcialmente anotado. É que se todo o sucesso tem uma causa, reciprocamente, cada causa produz determinado efeito. Deste modo, os acontecimentos porvindouros de nossa existência vão depender do que estivermos fazendo agora, com as modificações provocadas por aquilo que formos fazendo de instante a instante.
Segunda: as circunstâncias a que chamaríamos inevitáveis, ligadas ao nosso pretérito (débitos ou créditos perante a Justiça Divina, resultantes de nossos procedimentos em encarnações anteriores), por outro lado também não podem ser-nos desvendadas, pois "se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria do presente e não agiria com liberdade com que o faz, porque o dominaria a idéia de que, se uma coisa tem que acontecer, inútil será ocupar-se com ela, ou então procuraria obstar a que acontecesse. Não quis Deus que assim fosse, a fim de que cada um concorra para a realização das coisas.
Algumas vezes, entretanto, o futuro pode ser revelado, e o tem sido. É quando a revelação favoreça a consumação de algo em benefício da Humanidade.


Bibliografia:
Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos – Parte Terceira – Capítulos IX e X – Perguntas 803 à 872.
Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XVI – Não se pode servir a Deus e a Mamon.
Xavier, Francisco Cândido – O Consolador – pelo Espírito Emmanuel – Perguntas 54 à 58.
Xavier, Francisco Cândido – Religião dos Espíritos - pelo Espírito Emmanuel – A Mulher ante o Cristo.
Peralva, Martins – O Pensamento de Emmanuel – Espiritismo e Pobreza.
Franco, Divaldo Pereira – Temas da Vida e da Morte – Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda – Tendências, aptidões e reminiscências.
Franco, Divaldo Pereira – As Leis Morais da Vida – pelo Espírito Joanna de Ângelis. – Direito de Liberdade.
Denis, Léon – O Problema do Ser, do destino e da dor – A disciplina do pensamento e a reforma do caráter.
Revista Espírita. Abril de 1868 página 127
Reformador, Junho de 2000 N.º 2055, página 6
Revista Visão Espírita Março de 1999 N.º 12, Riqueza e Pobreza Página 46
Apostila da Federação Espírita do Paraná – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Programa I, Unidade III – Das Leis Morais. Subunidades 09 e 10. 
Fonte:http://introducaodoutrinaespirita.blogspot.com/2009/01/lei-da-igualdade.html

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